segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Bisavó

Maristella tem uma bisavó, a Bisa Regina, mãe da mãe da mãe.
Agora, quando vou visitá-la, já não basto.
- Cadê a pequena? Maristella não veio? - pergunta ansiosa a bisavó. Visita sem a pequena também vale, já que ela é uma senhora de 92 anos que mora sozinha e adora bater um papo, mas não é a mesma coisa. Tem que ter a pequena pra ela perguntar se ela toma água, se ela dá trabalho, se ela estranha os outros, se eu rezo pra ela... Coisas bem de bisavó mesmo.
Uma coisa que acontece quase sempre, é Maristella dar uma choradinha quando vai lá. Fico meio sem graça, porque a bisa espera tanto pra vê-la, mas não sei porque ela encasqueta de chorar quando vê a nona. Daí, começamos a buscar "explicações", que confortem a bisavó cheia de vontade de carregar a bebê choramingosa: acho que são os óculos! Criança estranha a casa diferente às vezes! Ela tá com sono! É só até acostumar, vó... E tudo termina bem, com combinado em voltar logo, logo, logo mesmo hein!!?
E por falar em bater papo, dia desses ligou a bisa. Minha mãe, com a Maristella no colo, já providenciou um papo entre as duas, pelo telefone. E não é que desandaram a falar?
- Maristella...?
- É...é...
- Tudo bem com a menina?
- Ééé
- Como vai?
- É.
- Conte pra vó, conte pra vó!
- Uuuu.. é!
Ah, que bom que se entenderam! A bisavó vai dormir contente e nós tentamos tirar o fio encaracolado do telefone da boca da pequena.
-Ééé!!!

domingo, 26 de outubro de 2008

O cheiro da cria

Mamãe (e todo mundo) gosta de bebê limpinho, mas alguém ai já cafungou um bebê suadinho?
Eita coisa boa! Tá, tá... já me perguntei sim: será que eu acharia bom o cheirinho azedo de outro bebê? Talvez sim... mais certamente que não, mas aqui estou eu pra falar de mais uma característica de mãe - que talvez preceda a mania de achar tudo o que o filho faz, até mesmo coisas reprováveis, lindas e de achar que o filho está sempre certo ou é o vítima e não o algoz.
Mas quando a Maris sua bastante - o que tem rolado sempre devido ao calor escaldante dos últimos dias - ela fica com um cheirinho tããão dela e, portanto, tão delicioso no cangote..hehe Aiai.. eu cheiro, cheiro mesmo. Deve ter raízes biológicas e, até quem sabe, psíquicas.
O único cheirinho bem complicado ultimanente, com a inserção da papinhas, tem sido os cocôs. Mas engana-se quem acha que eu troco a fralda voando e reclamando. Maior alegria quando ela enche a fralda! E então, lá vai mamãe avaliar o conteúdo. É sério. Eu sinto necessidade de ver o cocozinho dela, sabe.. E se não sou eu que troco a fralda, eu pergunto: Fez muito? Quanto? Como estava? Mole? Duro? Que cor?
Que loucura isso! Tamanha minha mania que até contaminei minha mãe. Um dia quando cheguei do trabalho me deparei com uma fralda usada fechadinha ao lado da cômoda: ela havia guardado uma fralda de cocô pra eu ver! :-P
Ah, tem mais uma de cocô.. A Maristella faz uma carinha única quando está fazendo cocô. Não dá pra acreditar, ela faz força e aperta um pouco os labios delicados, fechando a sequência com um sorriso maroto de alegria e alívio. :-) Incrivelmente natural, incrivelmente lindo.

DIca: confira o vídeo "História do Cocô", do Cocoricó. Super bacana!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Nossos filhos não são nossos


"Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável."
(Gibran Khalil Gibran)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Artigo Lya Luft


Legado aos nossos filhos

(...) "O que nos enche de perplexidade, quando o assunto é filhos, é a parte de tudo isso que não conseguimos controlar(...) Se há 100 anos a vida era mais previsível - o pai mandava e o resto da família obedecia, o professor e o médico tinham autoridade absoluta, os governantes eram nossos heróis, e havia trilhas fixas a ser seguidas ou seríamos considerados desviados - , hoje ser diferente pode dar status.
Gosto de pensar na perplexidade quanto ao legado que podemos deixar no que depende de nós. Que não é nem aquele legado alardeado por nossos pais - e educação e o preparo - nem é o valor em dinheiro ou bens, que se evaporam ao primeiro vendaval nas finanças ou na política. A mim me interessan outros bens, outros valores, os valores morais. O termo "morais" faz arquear sobrancelhas, cheira a religiosidade ou a moralismo e a preconceito de fariseu. Mas não é disso que falo: moralidade não é moralismo, e moral todos temos de ter. A gente gosta de dizer que está dando valores aos filhos. Pergunto: que valores? Morais, ora, decência, ética, trabalho, justiça social, por exemplo. É ótimo passar aos filhos o senso de alguma justiça social, mas então a gente indaga: você paga a sua empregada o mínimo que a lei exige ou o máximo que você pode? Penso que a maioria de nós responderia não à segunda parte da pergunta então, acaba já toda a conversa sobre justiça social, pois tudo ainda começa em casa e bem antes da escola.
Não adianta falar em ética, se vasculho bolsos e gavetas de meus filhos, se escuto atrás da porta ou na extensão do telefone - a não ser que a ameaça das drogas justifique essa atitude. Não adianta falar de justiça, se trato miseravelmente meus fucionários. Não se pode falar em decência, se pulamos a cerca deslavadamente, quem sabe até nos fanfarronando diante dos filhos homens: ah, o velho aqui ainda pode! Nem se deve pensar em respeito, se desrespeitamos quem nos rodeia, e isso vai dos empregados ao parceiro ou parceira, passando pelos filhos, é claro. Se sou tirana, egoísta, bruta; se sou tola, fútil, metida a gatinha manhosa, se vivo acima das minhas possibilidades e ensino isso aos meus filhos, o efeito sobre a moral deles e sua visão da vida vai ser um desastre.
Temos então de ser modelos? Suprema chatice. Não, não temos de ser modelos: nós somos aquele primeiro modelo que crianças recebem e assimilam, e isso passa pelo ar, pelos poros, pelas palavras, silêncios e posturas. Gosto da historinha verdadeira de quando, esperando alguém no aeroporto, vi ao meu lado uma jovem mãe, com sua filhinha de uns 5 anos, lindas e alegres. De repente, olhando para as pessoas que chegavam atrás dos grandes vidros, a perfumada mãe disse à pequena: "Olha ali o boca aberta do seu pai".
Nessa frase, que ela jamais imaginaria repetida em um artigo de revista ou em palestras pelo pais, a moça definia seu ambiente familiar. Assim se definem ambientes na escola, no trabalho, nos governos, no mundo. Em casa, para começar. O palavrório sobre o que legaremos aos nossos filhos será vazio se nossas atitudes forem egoístas, burras, grosseiras ou maliciosas. O resto é conversa fiada para qual, neste tempo de graves assuntos, não temos tempo." (Revista Veja edição 2082 - 15 de outubro de 2008)

Bhá bhá bhá!



Hoje o vídeo postado fala por si só. Menininha com 6 meses - embora exatamente hoje ela complete 7 meses. :)))

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Que amor é esse?


Foto: primeiros dias de vida. Plugada quase o tempo todo..:-)

O amor não tem limites e dispensa nobremente comparações de intensidade. Mas uma nova, única e deliciosa cor do amor entrou em minha vida: o amor de mãe.

Um dia, logo após Maristella nascer, estava amamentando e senti esse amor me invadir. Foi uma sensação incrivel, física mesmo: uma espécie de calor aqueceu o centro do meu corpo, o peito, entre os seios. Esquentou forte por dentro e meus olhos se encheram de lágrimas quase que na mesma hora! Foi delicioso demais! Estava ali, com aquele serzinho tão pequeno ainda aconchegado em meus braços, o amor transitava em mão dupla... era como uma mina de água pura que transbordava de nós, para nós. Ela mamava e eu me nutria com aquela experiência sem precedentes.

Dias difíceis vieram. Foi aquela fase complicada logo após o parto até que as coisas se estabeleçam, até que o cansaço se dissipe, a confiança surja, enfim. Eu estava muito cansada e não curtia a maternidade o quanto havia imaginado; pensava: Porque me sinto tão confusa? onde está aquele amor arrebatador? Na verdade, sempre esteve aqui, esperando o meu equilíbrio se estabelecer para aflorar em terreno perfeito. Imagino que o corpo e as emoções entrariam em colapso se tudo viesse à tona de uma vez só...Gente, vocês imaginam o turbilhão de emoções que invade uma mulher recém-parida? Era momento de equilibrar as coisas, de se adequar a nova situação, um estágio importante de fortalecimento para o desabrochar natural e perfeito do amor.

Tudo foi tomando o seu devido lugar e hoje me vejo completamente embebida de amor por ela.. minha florzinha do campo.

Tem horas que não me aguento e disparo loucamente beijinhos sem fim e carinhos dos mais estrambólicos, esfrego os pés dela nos meus olhos, mordo com os lábios a panturrilhinha fofa, beijo, beijo, beijo o nariz e "cafungo" sua barriga. Digo coisas malucas, crio novas palavras, imagino as falas dela e respondo, vejo Deus em seus olhinhos. Entro em parafuso bom, tamanha gostosura de amor!

sábado, 11 de outubro de 2008

Passa tão rápido!



Olha, tem coisas que só vivendo pra gente sacar que é mesmo verdade. Ouço sempre "curta essa fase, porque passa tão rápido!". Poxa vida! Mas tem que passar assim, tão, tão rápido??
Meu Deus, Maristella já está com quase 7 meses e a gente mal se encanta com uma novidade, logo vem outra! Desse jeito vou ter que compartilhar com ela os babadores!
Olha só quanta novidade:
* Novas sílabas do Maristellês: gá, dá, má e tbm uns com a vogal "e" ainda não plenamente identificados.
* Ela passou a comer BEM MELHOR de uns dias pra cá. O que antes era um fundinho de pires, agora é um pires aproximadamente e com as misturas mais inusitadas e bacanas, tipo beterraba com inhame; xuxu, tomate e abrobrinha.

* Ela entende o "não pode...", "sabonete na boca não" e chora, com o biquinho mais magoadinho do planeta terra (tô vendo que não sou metade a durona que pensei)
* Os dentinhos estão 2/3, acredito eu, já desabrochados.
Aiai... e evolução é nítida, diária, intensa e vívida. Tem horas que eu não sei mais o que fazer para colocar pra fora tanto amor. Isso merece outro post. Vou enxugar o teclado. Até a próxima!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Olha eles aí!


Aqui está a dupla de estréia! Os primeiros dentinhos da Maris! Serradinhos e ainda desabrochando :)))
Ah, agora já não dá mais pra sair ileso das mordidas - antes macias - dela.
Ontem estávamos deitadas quando ela começou a morder minha orelha e bater a mão no meu rosto como se fosse um tamborim. Doeu um tantinho, mas eu nem pensei em fazê-la parar. Achei a experiência tão maluca quanto gostosa. A gente vê todas as "experienciações" da nossa cria com tanto prazer... SER uma delas então? É o must!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Gosto, não gosto! - Papinhas


Perninhas cruzadas, mão no joelho e ouvidos atentos na conversa! Adora "comer" uma conversinha! Vai ser faladeira, será?

Já estamos na papinha, embora 97% da alimentação dela ainda seja leite, artificial :-( e materno :-).
E não é que os bebês realmente já demonstram preferência por sabores? Quem imaginaria que uma bebezinha ia gostar, de cara assim, de goiaba! Desde a primeira vez que experimentou. Sei lá, pensava que ela iria gostar mesmo de banana, melão, mamão papaya. Mas ela já elegeu a goiaba e em segundo lugar a banana. Maçã e pêra não agradaram muito, mas não insisti também. O lance é variar ao máximo para que ela conheça muito sabores.
Das salgadinhas, purê de batata com cenoura foi super bem aceita. Mas também já provou papinhas de chuchu, abobrinha, tomate e polenta. Quase vomitou com a de mandioquinha ou cará (ou batatinha baroa no Rio de Janeiro, né?) pondo a lingua pra fora (hahaha), quando eu apostava que ia agradar (entendo tuuudo, tá vendo só?)! Enfim, tudo com pouco sal e temperado com azeite bom.
Sal??? Se espantariam muitas mães se lhes contassem. É. Teoricamente, eu não usaria sal, apenas temperos por um bom tempo. Mas quem disse que não faz diferença? Para ela faz: come melhor quando tem uma pitadinha de sal. Aqui em casa usamos o sal marinho (menos refinado e com menor teor de sódio), em pouca quantidade. Na comidinha dela, uma pitadinha da pitadinha.
Falando assim, de papainhas de frutas, papinhas salgadas, preferências etc, você imagina que ela come que é uma beleza? Esqueci de dizer! Ela come como um passarinho. Imaginem um pires. Faça um círculo só no fundo do pires. Eis a porção de papa que ela come - nem sempre inteira - o que dá uma colher de sopa. Tudo bem, não ando me preocupando muito com isso, ela vem melhorando dia a dia. Ela é mignon (como os pais), mas está se desenvolvendo muito bem, obrigada! Senta-se, olha quando a chamamos pelo nome e agora o sorriso gostoso tem amiguinhos novos: os 2 primeiros dentinhos de baixo! Êêêêê! :)))) Em breve compartilharemos!