segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Puro encantamento


foto: É assim que a catapora começa. Ufa, já passei por ela! :-)

Mamãe me colocou no carrinho e me deu esta bolsinha. Que linda! Adoro mesmo bolsinhas, caixinhas e potinhos!
O que será que tem aqui... opa! Está cheia de algo. Eu senti, eu pude sentir com minhas mãozinhas.. tem algo aqui dentro! Vou balançar e sacudir essa bolsinha...
Nossa! Faz barulho!! Que legal!!! Que barulho interessante, né?
Hum.. deixa eu ver o que tem aqui... Uau... o que são essas coisas?? É colorido.. tem cores bonitas: verde, vermelho e até marrom! Que lindo!!
Acho que vou conhecer melhor esse negócio se colocar um pouquinho na boca... Mamãe me observa. Coloco na boca e.. é duro! e não tem gosto muito bom.
Vou ver se tem mais aqui... olha! tem mais e outros e outros!! E são lindos e coloridos!! Obaaa.. me sinto tão feliz diante de tanta beleza! Vou jogar no chão e ver tudo espalhado!! Êêêêêê.. não me contenho e até solto gritinhos de alegria!! Como é lindo o mundo!! Tantas coisas legais!!
Mamãe ri junto comigo e vem se aproximando; pega um do chão e me diz: "lápis". Lápis, lápis - penso eu! Lápis legal!
E mamãe me pega no colo e conta que um dia, logo logo, vou desenhar com eles... O que será isso? Não sei ainda, mas tenho certeza que vai ser muito divertido!


Escrevi esse texto como se fosse a Maris. Claro que algumas conclusões racionais não existem ainda (será?), mas o puro encantamento sim! E é ele que deixa TUDO tão especial no mundo infantil. E é tão bom nos deixar levar por isso!
Mas atenção: nunca deixe seu filho brincar com objetos pontiagudos como lápis sem a atenta supervisão de alguém; de preferência papai, mamãe e pessoas que amem muito a criança, pois qualquer descuido, de segundos, pode causar acidentes.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Mar e estrela


foto: Onde está a menininha? Num paraíso infantil: imersa em bolinhas coloridas.

Quando eu nasci meu irmão tinha 5 aninhos e subiu correndo as escadas do hospital dizendo que eu me chamaria "Estrela".
Certo dia, ao refletir sobre que nome daria à minha filha, me lembrei dessa história. Transformei o "Estrela" em "Stela" e soava tão solto e feminino, como um vestido de tecido leve e florido ao vento.
Engraçado é que, nos meus devaneios naturais infantis, minha filha se chamaria "Laís", "Lívia" ou "Ísis" - lindos também - e ela nasceria aos meus 18 ou 19 anos, no mais tardar!
Maristella foi uma decisão de bom gosto, não foi? Juntei o Estela com o "Mar" (de MARcelo, nome do papai) e já soava um pouco diferente, como vestido colorido cheio de preguinhas divertidas. Maluco essas associações que nossa mente faz com nomes e coisas, cheiros, figuras, gostos; tanto que são relativas essas associações. Minhamãe, por exemplo, achava que "Stela" remetia à algo grande, pouco delicado. Para outros, "Maristella" remetia à coisas antigas, um nome de "senhora". Aí tem mesmo alguma relação: Maristella é um nome clássico. Talvez, pouco usual nos dias de hoje (não tenho certeza. Só sei que "Júlia" e "Gabriel", li há poucos meses atrás, são dos mais comuns nos registros recentes).
O fato é que Maristella tem o mar e a estrela em seu nome :-))
Tem algo da terra e algo do universo.
E quem de nós não tem?
Deus nos abençoe!
Nós somos Universo.

sábado, 15 de novembro de 2008

Assim é.

Mãe tem um lance de defender idéias que ela tem CERTEZA que são corretas e, se lhe perguntam, não sabe de onde tirou exatamente: se já leu, se sonhou, se aprendeu em outra vida, se alguém contou. Mas eu lhes conto: a fonte chama-se instinto.
No entanto, existem N questões que mesmo com fontes científicas, há quem desconfie (e isso é sempre bom!) e finja não ser assim, tão relevante discutir.
Amamentação faz bem pro bebê. Simples assim. Profundo assim: é simplesmente algo que faz muito bem pro seu filho. Precisa de mais algum motivo? ;-)

Amamentação 'pode aumentar a força do pulmão de bebês'

Bebês se esforçam mais para mamar no peito do que na mamadeira.
Amamentados por quatro meses têm melhor funcionamento do pulmão.

Da BBC

O simples esforço físico feito pelos bebês durante a amamentação pode deixá-los com pulmões mais fortes durante a infância, sugere um estudo realizado por pesquisadores americanos e britânicos.
O estudo, realizado com crianças de dez anos de idade, descobriu que aquelas que haviam sido amamentadas por pelo menos quatro meses tinham um funcionamento muito melhor do pulmão.

A pesquisa, publicada na revista acadêmica Thorax, sugere que diferenças na duração e na mecânica envolvidas na amamentação e no uso da mamadeira podem ser parcialmente responsáveis.

Estudos anteriores já provaram que a amamentação protege bebês de problemas respiratórios no início da vida, mas a relação com a força do pulmão durante a infância é menos clara.

Um total de 1.456 bebês da Ilha de Wight, na Inglaterra, foram acompanhados até completar dez anos de idade. Um terço deles foi amamentado por pelo menos quatro meses e, em média, essas crianças podiam expirar mais ar de maneira mais rápida depois de inspirar profundamente.

(...)


foto: Maristella se exercitando. Uma hora a virada sai!

Mais uma: alimentos industrializados não são, em sua quase totalidade, boas fontes nutricionais para as crianças. E mais: além de não nutrirem adequadamente, ainda podem trazer prejuízos à saúde.

Especialistas apontam crescimento no índice de pedra nos rins em crianças

da Folha de S.Paulo

Crianças estão sofrendo mais de pedra nos rins. É o que constatam os especialistas, que observam aumento do número de casos de cálculo renal em seus consultórios. "Não há um trabalho científico brasileiro que mostre esse fato, mas é possível afirmar isso com base em conversas com outros urologistas. Atendo uma criança por dia com pedra no rim. Alguns anos atrás, havia um caso por mês", diz Miguel Zerati Filho, chefe do Departamento de Uropediatria da Sociedade Brasileira de Urologia.


As mudanças dos hábitos alimentares são uma das causas do aumento da incidência do problema. É que a dieta mais rica em alimentos industrializados e pobre em ingestão de água favorece a formação de cálculos.

Refrigerantes e sucos artificiais, além de oferecerem sódio, contêm corantes, que também contribuem para a formação dos cálculos renais.

domingo, 9 de novembro de 2008

Queridas mães

Essa postagem é uma homenagem às mulheres-amigas-mães que eu tanto gosto. Vejam como se abrilhantam as mulheres ao lado de seus filhos, as deixando ainda mais poderosas. Lindas!

Nataska e José Guilherme!


Isabela e Júlia


Sabrina e Arthur


Ângela e Atílio


Giovana e Ana Heloísa



Viviane e Gui!

Carinho alivia dor


'Carinho' pode aliviar a dor, diz pesquisa
Toque carinhoso ativa fibras nervosas e diminui sensação de dor.

Da BBC

Um toque carinhoso pode ajudar a aliviar a dor, ajudar crianças em seu desenvolvimento e auxiliar em tratamentos para depressão, segundo uma pesquisa apresentada nesta semana no Festival de Ciências da Associação Britânica para o Avanço da Ciência, em Liverpool.

Segundo o neurocientista Francis McGlone, um sistema de fibras nervosas presentes na pele responde a toques carinhosos, do mesmo modo que os receptores de dor, e quando estimulado, pode, inclusive, diminuir a atividade nos nervos que transportam a sensação de dor.

A equipe agora quer estudar uma série de condições clínicas, como depressão e autismo, que sabidamente têm ligações com o tato - a maioria das crianças autistas não gostam de ser abraçadas ou acariciadas, e muitos pacientes de depressão demonstram sinais claros de falta de cuidado com o corpo.

Os cientistas acreditam até que a depressão possa ter origem em carência de cuidado maternal e experiências ainda na infância de falta de carinho físico e sugerem que o carinho pode ser usada para tratar dores crônicas.


Fonte:
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL757503-5603,00.html


FLUIR - O CARINHO
Quem não gosta?
Quem não quer?
Dar ou receber
o amor e a atenção?
Calor que anima
que aviva um sorriso
tantas vezes apagado,
guardado, esperando uma porta
de saída: amor!
Carinho.
Palavras de carinho
de mansinho no ouvido.
Não tem explicação
o que sente um coração recheado de carinho.
Um toque, um afago
um cheirinho no pescoço
um chamego tão gostoso
traduzindo toda a paz
que existe entre nós,
para nós
de nós
para o mundo.
Carinho,
deixemos a vontade
se expressar, sem sermão.
Não há mal costume,
em algo tão bom:
é carinho que nos faz
sermos puro amor.
(Lara A.C. Novembro/2008)

Espelhos


foto: Maris no berço, feliz da vida. Acordou da sonequinha da tarde bem humorada.

Dia desses, a pequenina começou a fazer uma caretinha e fungar, fazendo aquela carinha de fusquinha, sabe? Isso pode prenunciar dois desfechos: choro ou riso! Nunca se sabe, mas desta vez havia um arzinho do chororô no ar. Comecei então a imitá-la, fazendo caretinha e barulho de porquinho como ela. Ela fez de novo. Eu repeti. Ela riu. Fez de novo, eu repeti. Risadas!! Ela achou um barato a brincadeira.
Tosse então?! É só começar a tossir que lá começa ela, toda toda tossindo e achando o maximo, claro, porque nos chama a atenção e acabamos achando uma gracinha!
Isso tudo nos remete à uma questão mais profunda: se desde tão cedo as crianças tendem a nos copiar - e isso, à medida que crescem, deixa de ser apenas um treino de comunicação e por brincadeira de micagem, mas entra no terreno das influências importantes, de modelos de comportamento - que tipo de exemplo somos às nossas crianças? E mais: quando digo crianças, não me atenho só aos nossos filhos, mas a todas as crianças que nos cercam e que com seus olhares curiosos nos observam e muitas vezes traduzem o mundo através de nossos atos e hábitos.
Isso é muito sério. Que tipo de exemplos nós somos?

Excelente campanha Australiana sobre o assunto: Children See, Childrem Do

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Papinhas e papinhas

Aiai.. as frutas estão sendo recusadas veementemente há dias. O que terá acontecido? Nem a banana que há muito tomou o posto de predileta (dela e da maioria das crianças, pelo que sei), a faz mudar de idéia. Como confio na natureza e na inteligência orgânica contida nas crianças, estou observando só com uma pequena dose de saudade dos pratinhos cheios antes devorados no café da manhã. As salgadas vão de vento em popa!
Algumas das receitas que a pequeninha adora:
* Beterraba, mandioca e ervilha.
* Ervilha, batata e cenoura
* Beterraba, caldinho de feijão e cenoura
* Mandioquinha, batata, brócolis e ovinho de codorna
* Pastinha de feijão branco, peixe, tomate
* Abóbora menina, batata e brócolis
* Super tudo: beterraba, mandioca, brócolis, ervilha, caldo de feijão.
Preciso inserir mais folhas nessas misturas. E nada vai ao liquidificador. Tudo bem cozidinho e passado na peneira; estou usando uma peneira mais grossa, porque a fininha era muito demorado e difícil. Ela aceita bem, desde que esteja tudo no mesmo nível, digamos, de granulação. Mas, se numa papa bem pastosa, aparecer um pedacinho de cenoura, por exemplo, mal peneirado, hhuuugh! A garganta detecta o alimento fora do padrão como num radar e pimba! Ânsia de vômito.








E as papinhas industrializadas? Maristella não provou e, não sou super radical em nada, mas espero não precisar dar, pois, além de ser prazeroso e rápido fazer as papinhas em casa, é sempre muito bom evitar os industrializados.
Uma vez, perguntou uma mãe:
- O que será que eles fazem pra papinha industrializada ficar tão atraente? Eu, mesmo usando os mesmos ingredientes, não consigo atingir o mesmo sabor em casa.
Ora, pensemos: são anos e anos de estudos e testes para se chegar a um sabor extremamente sedutor para os pimpolhos. Mas, à que custo? Com que ingredientes e condimentos? Com quantos aromatizadores e espessantes? Com realçadores de sabor?
É realmente uma concorrência brava com as apressadas e modernas mamães. Mas, continuemos firmes a buscar sempre o mais natural, menos processado.
Todos agradedecem: nosso bolso, nossas crianças, o planeta (menos consumo, menos embalagens, mais preservação) É mais do que hora de pensarmos nisso tudo. O tempo ruge e as mudanças devem começam o quanto antes.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Bisavó

Maristella tem uma bisavó, a Bisa Regina, mãe da mãe da mãe.
Agora, quando vou visitá-la, já não basto.
- Cadê a pequena? Maristella não veio? - pergunta ansiosa a bisavó. Visita sem a pequena também vale, já que ela é uma senhora de 92 anos que mora sozinha e adora bater um papo, mas não é a mesma coisa. Tem que ter a pequena pra ela perguntar se ela toma água, se ela dá trabalho, se ela estranha os outros, se eu rezo pra ela... Coisas bem de bisavó mesmo.
Uma coisa que acontece quase sempre, é Maristella dar uma choradinha quando vai lá. Fico meio sem graça, porque a bisa espera tanto pra vê-la, mas não sei porque ela encasqueta de chorar quando vê a nona. Daí, começamos a buscar "explicações", que confortem a bisavó cheia de vontade de carregar a bebê choramingosa: acho que são os óculos! Criança estranha a casa diferente às vezes! Ela tá com sono! É só até acostumar, vó... E tudo termina bem, com combinado em voltar logo, logo, logo mesmo hein!!?
E por falar em bater papo, dia desses ligou a bisa. Minha mãe, com a Maristella no colo, já providenciou um papo entre as duas, pelo telefone. E não é que desandaram a falar?
- Maristella...?
- É...é...
- Tudo bem com a menina?
- Ééé
- Como vai?
- É.
- Conte pra vó, conte pra vó!
- Uuuu.. é!
Ah, que bom que se entenderam! A bisavó vai dormir contente e nós tentamos tirar o fio encaracolado do telefone da boca da pequena.
-Ééé!!!

domingo, 26 de outubro de 2008

O cheiro da cria

Mamãe (e todo mundo) gosta de bebê limpinho, mas alguém ai já cafungou um bebê suadinho?
Eita coisa boa! Tá, tá... já me perguntei sim: será que eu acharia bom o cheirinho azedo de outro bebê? Talvez sim... mais certamente que não, mas aqui estou eu pra falar de mais uma característica de mãe - que talvez preceda a mania de achar tudo o que o filho faz, até mesmo coisas reprováveis, lindas e de achar que o filho está sempre certo ou é o vítima e não o algoz.
Mas quando a Maris sua bastante - o que tem rolado sempre devido ao calor escaldante dos últimos dias - ela fica com um cheirinho tããão dela e, portanto, tão delicioso no cangote..hehe Aiai.. eu cheiro, cheiro mesmo. Deve ter raízes biológicas e, até quem sabe, psíquicas.
O único cheirinho bem complicado ultimanente, com a inserção da papinhas, tem sido os cocôs. Mas engana-se quem acha que eu troco a fralda voando e reclamando. Maior alegria quando ela enche a fralda! E então, lá vai mamãe avaliar o conteúdo. É sério. Eu sinto necessidade de ver o cocozinho dela, sabe.. E se não sou eu que troco a fralda, eu pergunto: Fez muito? Quanto? Como estava? Mole? Duro? Que cor?
Que loucura isso! Tamanha minha mania que até contaminei minha mãe. Um dia quando cheguei do trabalho me deparei com uma fralda usada fechadinha ao lado da cômoda: ela havia guardado uma fralda de cocô pra eu ver! :-P
Ah, tem mais uma de cocô.. A Maristella faz uma carinha única quando está fazendo cocô. Não dá pra acreditar, ela faz força e aperta um pouco os labios delicados, fechando a sequência com um sorriso maroto de alegria e alívio. :-) Incrivelmente natural, incrivelmente lindo.

DIca: confira o vídeo "História do Cocô", do Cocoricó. Super bacana!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Nossos filhos não são nossos


"Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável."
(Gibran Khalil Gibran)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Artigo Lya Luft


Legado aos nossos filhos

(...) "O que nos enche de perplexidade, quando o assunto é filhos, é a parte de tudo isso que não conseguimos controlar(...) Se há 100 anos a vida era mais previsível - o pai mandava e o resto da família obedecia, o professor e o médico tinham autoridade absoluta, os governantes eram nossos heróis, e havia trilhas fixas a ser seguidas ou seríamos considerados desviados - , hoje ser diferente pode dar status.
Gosto de pensar na perplexidade quanto ao legado que podemos deixar no que depende de nós. Que não é nem aquele legado alardeado por nossos pais - e educação e o preparo - nem é o valor em dinheiro ou bens, que se evaporam ao primeiro vendaval nas finanças ou na política. A mim me interessan outros bens, outros valores, os valores morais. O termo "morais" faz arquear sobrancelhas, cheira a religiosidade ou a moralismo e a preconceito de fariseu. Mas não é disso que falo: moralidade não é moralismo, e moral todos temos de ter. A gente gosta de dizer que está dando valores aos filhos. Pergunto: que valores? Morais, ora, decência, ética, trabalho, justiça social, por exemplo. É ótimo passar aos filhos o senso de alguma justiça social, mas então a gente indaga: você paga a sua empregada o mínimo que a lei exige ou o máximo que você pode? Penso que a maioria de nós responderia não à segunda parte da pergunta então, acaba já toda a conversa sobre justiça social, pois tudo ainda começa em casa e bem antes da escola.
Não adianta falar em ética, se vasculho bolsos e gavetas de meus filhos, se escuto atrás da porta ou na extensão do telefone - a não ser que a ameaça das drogas justifique essa atitude. Não adianta falar de justiça, se trato miseravelmente meus fucionários. Não se pode falar em decência, se pulamos a cerca deslavadamente, quem sabe até nos fanfarronando diante dos filhos homens: ah, o velho aqui ainda pode! Nem se deve pensar em respeito, se desrespeitamos quem nos rodeia, e isso vai dos empregados ao parceiro ou parceira, passando pelos filhos, é claro. Se sou tirana, egoísta, bruta; se sou tola, fútil, metida a gatinha manhosa, se vivo acima das minhas possibilidades e ensino isso aos meus filhos, o efeito sobre a moral deles e sua visão da vida vai ser um desastre.
Temos então de ser modelos? Suprema chatice. Não, não temos de ser modelos: nós somos aquele primeiro modelo que crianças recebem e assimilam, e isso passa pelo ar, pelos poros, pelas palavras, silêncios e posturas. Gosto da historinha verdadeira de quando, esperando alguém no aeroporto, vi ao meu lado uma jovem mãe, com sua filhinha de uns 5 anos, lindas e alegres. De repente, olhando para as pessoas que chegavam atrás dos grandes vidros, a perfumada mãe disse à pequena: "Olha ali o boca aberta do seu pai".
Nessa frase, que ela jamais imaginaria repetida em um artigo de revista ou em palestras pelo pais, a moça definia seu ambiente familiar. Assim se definem ambientes na escola, no trabalho, nos governos, no mundo. Em casa, para começar. O palavrório sobre o que legaremos aos nossos filhos será vazio se nossas atitudes forem egoístas, burras, grosseiras ou maliciosas. O resto é conversa fiada para qual, neste tempo de graves assuntos, não temos tempo." (Revista Veja edição 2082 - 15 de outubro de 2008)

Bhá bhá bhá!



Hoje o vídeo postado fala por si só. Menininha com 6 meses - embora exatamente hoje ela complete 7 meses. :)))

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Que amor é esse?


Foto: primeiros dias de vida. Plugada quase o tempo todo..:-)

O amor não tem limites e dispensa nobremente comparações de intensidade. Mas uma nova, única e deliciosa cor do amor entrou em minha vida: o amor de mãe.

Um dia, logo após Maristella nascer, estava amamentando e senti esse amor me invadir. Foi uma sensação incrivel, física mesmo: uma espécie de calor aqueceu o centro do meu corpo, o peito, entre os seios. Esquentou forte por dentro e meus olhos se encheram de lágrimas quase que na mesma hora! Foi delicioso demais! Estava ali, com aquele serzinho tão pequeno ainda aconchegado em meus braços, o amor transitava em mão dupla... era como uma mina de água pura que transbordava de nós, para nós. Ela mamava e eu me nutria com aquela experiência sem precedentes.

Dias difíceis vieram. Foi aquela fase complicada logo após o parto até que as coisas se estabeleçam, até que o cansaço se dissipe, a confiança surja, enfim. Eu estava muito cansada e não curtia a maternidade o quanto havia imaginado; pensava: Porque me sinto tão confusa? onde está aquele amor arrebatador? Na verdade, sempre esteve aqui, esperando o meu equilíbrio se estabelecer para aflorar em terreno perfeito. Imagino que o corpo e as emoções entrariam em colapso se tudo viesse à tona de uma vez só...Gente, vocês imaginam o turbilhão de emoções que invade uma mulher recém-parida? Era momento de equilibrar as coisas, de se adequar a nova situação, um estágio importante de fortalecimento para o desabrochar natural e perfeito do amor.

Tudo foi tomando o seu devido lugar e hoje me vejo completamente embebida de amor por ela.. minha florzinha do campo.

Tem horas que não me aguento e disparo loucamente beijinhos sem fim e carinhos dos mais estrambólicos, esfrego os pés dela nos meus olhos, mordo com os lábios a panturrilhinha fofa, beijo, beijo, beijo o nariz e "cafungo" sua barriga. Digo coisas malucas, crio novas palavras, imagino as falas dela e respondo, vejo Deus em seus olhinhos. Entro em parafuso bom, tamanha gostosura de amor!

sábado, 11 de outubro de 2008

Passa tão rápido!



Olha, tem coisas que só vivendo pra gente sacar que é mesmo verdade. Ouço sempre "curta essa fase, porque passa tão rápido!". Poxa vida! Mas tem que passar assim, tão, tão rápido??
Meu Deus, Maristella já está com quase 7 meses e a gente mal se encanta com uma novidade, logo vem outra! Desse jeito vou ter que compartilhar com ela os babadores!
Olha só quanta novidade:
* Novas sílabas do Maristellês: gá, dá, má e tbm uns com a vogal "e" ainda não plenamente identificados.
* Ela passou a comer BEM MELHOR de uns dias pra cá. O que antes era um fundinho de pires, agora é um pires aproximadamente e com as misturas mais inusitadas e bacanas, tipo beterraba com inhame; xuxu, tomate e abrobrinha.

* Ela entende o "não pode...", "sabonete na boca não" e chora, com o biquinho mais magoadinho do planeta terra (tô vendo que não sou metade a durona que pensei)
* Os dentinhos estão 2/3, acredito eu, já desabrochados.
Aiai... e evolução é nítida, diária, intensa e vívida. Tem horas que eu não sei mais o que fazer para colocar pra fora tanto amor. Isso merece outro post. Vou enxugar o teclado. Até a próxima!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Olha eles aí!


Aqui está a dupla de estréia! Os primeiros dentinhos da Maris! Serradinhos e ainda desabrochando :)))
Ah, agora já não dá mais pra sair ileso das mordidas - antes macias - dela.
Ontem estávamos deitadas quando ela começou a morder minha orelha e bater a mão no meu rosto como se fosse um tamborim. Doeu um tantinho, mas eu nem pensei em fazê-la parar. Achei a experiência tão maluca quanto gostosa. A gente vê todas as "experienciações" da nossa cria com tanto prazer... SER uma delas então? É o must!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Gosto, não gosto! - Papinhas


Perninhas cruzadas, mão no joelho e ouvidos atentos na conversa! Adora "comer" uma conversinha! Vai ser faladeira, será?

Já estamos na papinha, embora 97% da alimentação dela ainda seja leite, artificial :-( e materno :-).
E não é que os bebês realmente já demonstram preferência por sabores? Quem imaginaria que uma bebezinha ia gostar, de cara assim, de goiaba! Desde a primeira vez que experimentou. Sei lá, pensava que ela iria gostar mesmo de banana, melão, mamão papaya. Mas ela já elegeu a goiaba e em segundo lugar a banana. Maçã e pêra não agradaram muito, mas não insisti também. O lance é variar ao máximo para que ela conheça muito sabores.
Das salgadinhas, purê de batata com cenoura foi super bem aceita. Mas também já provou papinhas de chuchu, abobrinha, tomate e polenta. Quase vomitou com a de mandioquinha ou cará (ou batatinha baroa no Rio de Janeiro, né?) pondo a lingua pra fora (hahaha), quando eu apostava que ia agradar (entendo tuuudo, tá vendo só?)! Enfim, tudo com pouco sal e temperado com azeite bom.
Sal??? Se espantariam muitas mães se lhes contassem. É. Teoricamente, eu não usaria sal, apenas temperos por um bom tempo. Mas quem disse que não faz diferença? Para ela faz: come melhor quando tem uma pitadinha de sal. Aqui em casa usamos o sal marinho (menos refinado e com menor teor de sódio), em pouca quantidade. Na comidinha dela, uma pitadinha da pitadinha.
Falando assim, de papainhas de frutas, papinhas salgadas, preferências etc, você imagina que ela come que é uma beleza? Esqueci de dizer! Ela come como um passarinho. Imaginem um pires. Faça um círculo só no fundo do pires. Eis a porção de papa que ela come - nem sempre inteira - o que dá uma colher de sopa. Tudo bem, não ando me preocupando muito com isso, ela vem melhorando dia a dia. Ela é mignon (como os pais), mas está se desenvolvendo muito bem, obrigada! Senta-se, olha quando a chamamos pelo nome e agora o sorriso gostoso tem amiguinhos novos: os 2 primeiros dentinhos de baixo! Êêêêê! :)))) Em breve compartilharemos!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

ei! eu não tô dormindo...


A coisiquinha Maristella não dorme a noite toda direto e estou tentando não criar expectativas quanto à isso... Mas, confesso que é difícil. Nas noites boas, ela acorda pra mamar 2 vezes e volta para o berço logo após. Noites difíceis (pra mim, claro) ela acorda e quer brincar... demora pra ficar com sono de novo. Noites raras ela acorda 1 vez na madrugada. Noites complicadas ela acorda várias vezes chorosinha e acaba indo pra cama da mamãe. Após o último dodói (noites complicadas master), ela entrou no ritmo das noites boas de novo.

Essa foi uma delas. Dormiu às 21:00. Acordou às 3:30 pra mamar. A peguei do berço (dormimos no mesmo quarto) e levei para cama, onde amamento. Silêncio. Faço tudo na penumbra, quase escuro total. Fico de olhos fechados para evitar que o sono me abandone (um problema presente desde o fim da gravidez até hoje), fico relaxada.
O sugar ritmado mas fraco dela me faz pensar: "que bom, pegou no sono, vou recolocá-la no berço". Quase me levantando, sinto uma mãozinha macia e quente no rosto. Não acredito, pequenininha! Você está acordada! Abro os olhos e aos poucos surge na vista a imagem dos seus olhinhos escuros olhando pra cima, me fitando. Tive vontade louca de entrar na ondinha dela, de rir e enchê-la de beijos! Mas não me movi. Não conversei. Desejei, honestamente, que ela dormisse logo! Não sou fria, não. Mães insones e que dormem pouco me entendem.
Ela gosta de passar a mãozinha no rosto da gente, às vezes aperta e amassa o nosso nariz e os lábios.. é um carinho tão desajeitado e lindo!
Esperei mais um pouco com ela nos braços. Re-acordou mais 2 vezes mas, ainda assim, de manhã, acordamos bem humoradas e prontas para apertões, beijos e carinhos à luz de um novo dia.

Ponto de partida: parto

Até aqui, 6 meses e pouco de vida, Maristella nos deu muitas suspresas, como toda criança.
Não quero, com este blog, parecer a mãe que pensa que a sua cria é mais especial e cheia de graça do que qualquer outra criança. Não. Uma coisa bem legal ocorreu comigo depois que a Maristella nasceu: comecei a ver a beleza e o encanto de todas as crianças! Eu não era muito "assim" com crianças não.. até as achava meio chatinhas, algumas até sem graça. Que ignorância! Quanta beleza está presente nesses pequenos seres... a pura alegria, o espanto com as coisas simples da vida, o puro desapontamento quando algo lhes desagrada. Tudo autêntico, vital, límpido. Impossível não ser tocado :-)
Enfim, a cada dia uma situação bacana... mas também coisas que já passaram e não posso deixar de postar.
Dia do nascimento. Fiquei em casa - comendo! - até as contrações ficarem menos espaçadas; cheguei no hospital com 3 quase 4 cm de dilatação. E ainda sorria muito... estava super feliz que a hora estava chegando e tudo acontecia como quer a natureza. :-)



Da chegada ao nascimento, às 7:53 do domingo 16 de março de 2008, apenas 4 horas. Para uma primigesta foi bem rápido... :-) Ganhei uma massagem desajeitada da minha preocupada mãe..rs

foto: contrações fortes, o corpo pedia essa posição; inclinada sobre a cama, quadris balançando.

Marcelo acompanhou o tempo todo e filmou o parto. Nem ele acreditava que estava firme e forte - um pouco trêmulo, é verdade - filmando tudo.


Na sala de parto às 7:00 mais ou menos. O tempo era lento, eu estava cansada, acho que meu último sorriso foi o da foto acima (no intervalo das contrações que ficavam cada vez mais punks). Depois, fui entrando cada vez mais na "partolândia", só que com algumas viagens erradas, negativas. Não me arrependo de nada, mas já penso que poderia ter facilitado ainda mais as coisas se tivesse me concentrado mais. Força. Fooorça. Fooooooorça. Nasceu a pequena estrelinha. Cordãozinho curto. Toda cheia de resquícios da sua casinha de 9 meses. No colo, parou o choro e babou o líquido em meu peito... Se eu chorei? Não. Sei lá, não tinha choro pra sair naquela hora. Estava absorta. Encantamento-ponto-de-partida.

Depois da primeira mamada, no quarto, vê essa buchecha? Vermeeeelha do esforço! rsrs (como podem as buchechas exercerem tamanho fascínio?)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Porque não?


Há tantas coisas bacanas - e nem tanto - na rede... Eu até hoje não tinha feito um só blog para lançar minha parcelinha nisso tudo! Sabe quando você pensa: "tenho tanta coisa pra contar" mas, num instante, se poda "quem iria se interessar? Ah, outra hora eu faço..."
Vendo minha florzinha de 6 meses, desabrochando diariamente "novas e novas novidades" (quero alguma palavra que designe "o novo do novo"; Você tem alguma?), bingo: Porque não falar sobre ela? Assunto não falta! Tempo, talvez; não só falta como voa. Escrever e dividir ajuda a eternizar. Misto de homenagem com diário de mãe coruja. Na foto, Maristella com 2 meses. Olha essa buchecha, vê se pode! Tá satisfeita ou não? Está. Note o regurgito no meu ombro. ;P